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  • Seminário de Inteligência Artificial na Saúde debate regulação, ética e segurança no setor 

    Por: Patrícia Rodrigues, Max de Oliveira e Larissa Mangabeira – Ministério da Saúde

    O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI), promoveu nesta terça-feira (2), no auditório Emílio Ribas, em Brasília, o Seminário de Inteligência Artificial na Saúde. O encontro reuniu representantes do governo federal, do Congresso Nacional, especialistas, pesquisadores e sociedade civil para debater os impactos do Projeto de Lei nº 2.338/2023 — conhecido como Marco Regulatório da Inteligência Artificial — e os desafios de ética, segurança e responsabilidade algorítmica no setor da saúde.

    Aprovado no Senado Federal em dezembro de 2024 e atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, o PL define princípios, categorias de risco, mecanismos de governança e salvaguardas para proteger direitos fundamentais, como a supervisão humana e a auditabilidade.

    Painel 1 – PL 2338/23: do texto ao debate na Câmara e seus impactos para o setor saúde

    O primeiro painel contou com a presença do senador Eduardo Gomes (TO), autor da proposta, que destacou o objetivo de fomentar inovação, garantir segurança jurídica e estabelecer fiscalização efetiva, especialmente em áreas sensíveis como a saúde. O deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), relator do texto na Câmara, explicou que o projeto já foi aprovado pela comissão especial e deve ter relatório apresentado até outubro, com previsão de votação ainda este ano.

    A mesa de abertura reuniu ainda a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad; a advogada e professora Laura Schertel, integrante da Comissão de Juristas que subsidiou o texto do projeto; a chefe de gabinete da SECOM, Samara Castro; e a coordenadora do Comitê Gestor da Internet, Renata Mielli.

    Entre as falas, destacou-se a da Dra. Laura Schertel, que ressaltou a centralidade da pessoa humana e a proteção dos direitos fundamentais como eixos estruturantes da proposta. Sua contribuição foi considerada uma das mais relevantes do encontro, ao reforçar que a regulamentação da IA precisa garantir responsabilidade ética, transparência e segurança, sem inibir a inovação tecnológica.

    A secretária Ana Estela Haddad destacou o processo democrático de construção do PL e a importância do tema para o setor saúde:

    “A versão do PL 2338 aprovada no Senado foi fruto de um debate democrático exemplar, chegando a um texto maduro. Este modelo virtuoso tem sido adotado também na Câmara dos Deputados, com uma série de audiências públicas que certamente levarão a uma versão ainda mais aperfeiçoada. Para o Ministério da Saúde este tema tem uma grande importância.”

    Painel 2 – Ética, segurança e responsabilidade algorítmica em saúde

    Na sequência, o seminário trouxe o painel “Ética, segurança e responsabilidade algorítmica em saúde: dados sensíveis e gestão de riscos na regulação da inteligência artificial”, mediado por Adriana Macedo Marques, Encarregada de Dados Pessoais do Ministério da Saúde.

    Participaram do debate: Arthur Pereira Sabbat, diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD); Artur Yúri Alves de Souza, representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Thiago Bahia, coordenador-geral de Disseminação e Integração de Dados e Informações em Saúde da SEIDIGI/MS; e Dr. Daniel Dourado, médico, advogado e pesquisador do Centro de Pesquisa em Direito Sanitário da USP.

    Entre os principais pontos discutidos, Sabbat (ANPD) apresentou cinco riscos associados ao uso da IA: confiabilidade, segurança, ética, dependência tecnológica e responsabilização. Artur Yúri (Anvisa) defendeu a importância de uma regulação “à prova de futuro”, capaz de garantir segurança sem inibir a inovação. Thiago Bahia (SEIDIGI/MS) destacou o papel do Ministério da Saúde na governança da informação, com foco na interoperabilidade e no uso ético dos dados. Já Dr. Dourado (USP) reforçou a necessidade de transparência e explicabilidade dos algoritmos, além da definição clara de responsabilidades em casos de falhas.

    Consenso pelo avanço responsável

    O seminário reforçou que a confiança da sociedade na inteligência artificial aplicada à saúde depende diretamente de ética, transparência e segurança. Houve consenso de que a regulamentação deve equilibrar inovação e proteção de direitos fundamentais, assegurando que o SUS avance de forma responsável no uso da tecnologia.

  • Brasil Organiza Seminário de Governança de Dados em Saúde

    Brasil Organiza Seminário de Governança de Dados em Saúde

    Este ano, o Brasil preside o bloco dos BRICS. E o Ministério da Saúde, por meio da SEIDIGi e da Assessoria Internacional (AISA), organizou e coordenou o 2o Seminário, desta vez com o tema da Governança de Dados em Saúde.

    Demos continuidade a um debate essencial iniciado na nossa primeira reunião sobre o uso de Inteligência Artificial na saúde, avançando agora na discussão de enquadramentos para a gestão ética, segura e eficiente dos dados em saúde.

    O encontro reuniu representantes dos países que integram o BRICS, com foco em políticas públicas, interoperabilidade, segurança da informação e estratégias para uma saúde digital mais integrada e colaborativa.

  • Conselho da CAPES Discute Formação para o SUS Digital

    Conselho da CAPES Discute Formação para o SUS Digital

    O Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES) discutiu a formação de profissionais para o SUS Digital durante a 237ª reunião ordinária, realizada nos dias 4 e 5 de junho. Estiveram presentes a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, e o epidemiologista e professor titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Naomar de Almeida Filho.

    O SUS Digital tem por objetivo informatizar e integrar os dados relacionados à saúde dos cidadãos entre estabelecimentos públicos e privados de saúde e os órgãos de gestão municipais, estaduais e federais, e um dos eixos da política do SUS Digital é a qualificação de pessoal para a digitalização do Sistema Único de Saúde (SUS).

    O Ministério da Saúde e o CTC-ES discutiram a importância de observar a pós-graduação de forma transversal e a partir de grandes questões, e não meramente de disciplinas, para atuar em desafios postos, como é o caso do SUS Digital. Os Projetos de Cooperação entre Instituições para Qualificação de Profissionais de Nível Superior (PCI) foram citados como uma das estratégias para levar a formação em nível de mestrado e doutorado para todo o Brasil.
    Pelo PCI, as instituições podem fazer acordos com instituições acadêmicas, de pesquisa, órgãos de governo e empresas, para oferecer e receber turmas temporárias de mestrado (Minter) ou de doutorado (Dinter), nas modalidades acadêmica e profissional. Dentre os objetivos do PCI, destaca-se a formação de mestres e doutores fora dos centros consolidados de ensino e pesquisa e a redução de desigualdades regionais.